Vereadores cobram explicações após ônibus ser incendiado durante manifestação
Publicado em 14/05/2025 09:14
Manaus & Municípios

Parlamentares criticam mudanças repentinas no transporte público e cobram planejamento da Prefeitura; líder do prefeito diz que alteração era apenas um teste para uso do T7

 

Vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) se manifestaram, nesta terça-feira (13), sobre o protesto ocorrido na noite anterior, que terminou com o incêndio de um ônibus na zona Norte da capital. A manifestação foi motivada pela mudança repentina em linhas de ônibus que atendem a região.

 

Segundo o líder do prefeito, vereador Eduardo Alfaia (Avante), a alteração de itinerários não foi uma decisão definitiva, mas um teste para avaliar possíveis melhorias com o uso do Terminal de Integração 7 (T7).

 

O vereador Zé Ricardo (PT) foi o primeiro a se pronunciar e criticou tanto o reajuste da tarifa quanto a falta de planejamento nas mudanças. “O que aconteceu ontem é o reflexo da insatisfação da população com a retirada de linhas, sem aviso prévio, sem alternativa e sem organização”, declarou.

 

Já o vereador Coronel Rosses (PL) apontou que a Câmara encontra resistência quando tenta discutir o transporte público. “Sempre somos barrados quando queremos tratar desse tema tão sensível para a população”, disse, ressaltando a baixa qualidade e a falta de segurança nos coletivos.

 

O vereador Rodrigo Guedes (PP) exibiu vídeos do ônibus incendiado e disse que o ato representa o desespero da população. “Os moradores do União da Vitória e Santa Etelvina reagiram à retirada de linhas. A Prefeitura aumentou a tarifa e, em vez de ampliar o serviço, decidiu suprimir rotas”, criticou.

 

Marco Castilho (União) também cobrou melhorias, mas condenou os atos de vandalismo. “Depredar patrimônio público não resolve o problema e ainda gera mais prejuízo para a cidade”, afirmou.

 

Alteração era "teste", diz líder do prefeito

De acordo com Eduardo Alfaia, o teste foi uma tentativa de reavaliar o uso do T7, que estaria subutilizado. “O diretor do IMMU me informou que a alteração foi um teste para avaliar como o terminal pode ser melhor utilizado na reorganização das rotas”, afirmou.

 

O vereador Roberto Sabino (Republicanos) defendeu a gestão de David Almeida e sugeriu soluções mais estruturais: “O prefeito tem renovado a frota, mas o que Manaus precisa mesmo é de metrô”, disse.

 

Raulzinho (MDB), por sua vez, afirmou que a oposição exagera nas críticas. “Na boca da oposição, Manaus está destruída. Mas temos avanços visíveis na infraestrutura e urbanização”, declarou.

 

Protesto e destruição

Na noite de segunda-feira (12), moradores da comunidade União da Vitória protestaram contra mudanças em 11 linhas de ônibus. O ato começou com queima de pneus e bloqueio da Avenida Torquato Tapajós, próximo ao Supermercado Nova Era, e terminou com o incêndio de um ônibus da linha 320.

 

Segundo a Polícia Militar, o motorista foi retirado antes do incêndio e ninguém ficou ferido. O Corpo de Bombeiros controlou as chamas e a Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), dispersou os manifestantes. O coletivo foi removido ainda na mesma noite.

 

(Foto: Divulgação/ CMM)

Por: Emile de Souza

 

 

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